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29 de dez. de 2009

REBELIÃO COM FUGA EM SÃO LUÍS DE MONTES BELOS


Mais uma vez a segurança do Centro de Inserção Social, de São Luís, que também compõe os presídios da 5ª Regional da Agência Prisional, dirigida pelo polêmico diretor Eder Coelho, é exposta e colocada à prova. No início da tarde de domingo, 27, um grupo de presos conseguiu fazer um buraco no teto do presídio e três deles fugiram do local, passando pela guarita da sentinela. A fuga foi precedida de uma rebelião provocada por um confronto entre grupos de detentos.

No momento do fato apenas dois agentes prisionais faziam a segurança do local. Quando eles notaram que os rebelados avançavam em suas direções, eles efetuaram vários disparos com suas armas na tentativa de afugentá-los. A situação no presídio só normalizou com a chegada de várias equipes da Polícia Militar, inclusive da barreira de Firminópolis e de cidades vizinhas.

Enquanto algumas viaturas faziam um cerco pela região em busca dos fugitivos, vários policiais militares adentraram ao interior do local e fizeram uma revista em todas as celas. Foi quando veio a surpresa: entre outros objetos proibidos, os policiais encontraram também em uma das celas, três chuchus artesanais, tipo faca.

Os detentos que empreenderam fuga são: o homicida Márcio Marcolino da Silva, foragido da justiça do Estado de Pernambuco; Leandro Carlos, preso por tentativa de homicídio; e Robson Alexandre Porto, que cumpre pena pelos crimes furto e roubo. Ao contrário do que a direção do presídio anunciou, Leandro e Robson não se apresentaram espontaneamente à unidade prisional.

Leandro foi recapturado pelo policial militar, cabo Paiva, que apesar de estar de folga, colaborou com o trabalho dos colegas. O fujão estava escondido na casa de um familiar. E Robson foi alcançado pelo tio, Antonio Porto, e convencido a ir com ele na garupa de sua moto até o presídio e pagar o restante da sua dívida com a sociedade. Marcolino foi recapturado na manhã de segunda, 28, na rodovia GO-060, próximo à empresa Bertim, por policiais militares de Iporá, que passavam pelo local.

Quando a reportagem do A Voz do Povo chegou ao local, ela se deparou com cinco presos em fila do lado externo do presídio e foi provocada pelo detento Luiz Carlos, considerado como o líder de um grupo que estava no regime de isolamento. Ele pedia incessantemente a ajuda do A Voz do Povo para mostrar algumas irregularidades que, segundo ele, acontecem no interior do Centro de Inserção Social. Segundo a direção, o grupo estava isolado para evitar um confronto como este que aconteceu.

Primeiro Luiz Carlos citou o caso de um colega que foi vítima de alguns presos que jogaram nele água quente. “Eu avisei ao diretor que eles iam pegar o moleque, mas ao invés dele me ouvir ele mandou me fechar na cela e tudo aconteceu. O culpado é o tal de Marcelo Tel. Ele é o culpado de tudo e está impune até hoje. Se o diretor tivesse me ouvido nada tinha acontecido”, dizia Luiz, que foi tirado à força da frente da reportagem por agentes que perceberam que ele estava denunciando as supostas irregularidades.

O detento conta ainda que pediu a familiares seus para levarem a situação ao Ministério Público, mas que nenhuma atitude foi tomada. Os policiais militares também ouviram de outros presos, denúncias graves sobre o dia-a-dia naquela unidade prisional. Inclusive que Luiz Carlos trafica drogas e bebidas no local e que ele quer ser o líder do local. E que ele conta com a cumplicidade de um agente que trabalha no local e que é parente seu.

Diante da gravidade da denúncia, a identificação deste agente estará no relatório feito pelo policial militar responsável pela confecção do Boletim de Ocorrência. “Que baderna! Eu nunca vi tamanha bagunça. É um absurdo encontrar o que nós encontramos no interior de algumas celas deste local. E agora esta denúncia envolvendo um agente, ai fica fácil mesmo”, disse indignado, um dos policiais que participaram da revista.

Há a informação de que Luiz Carlos e um outro detento serão transferidos do presídio de São Luís. A esperança dos familiares é que eles não sejam encaminhados para um local chamado de “Núcleo de Custódia”, em Goiânia, onde, segundo denúncias de vários detentos de Iporá, os presos recebem castigos desumanos.

Parentes de presos que cumprem pena ou que aguardam julgamento no presídio de São Luís, ficaram próximo ao local em busca de informações. Aflitas e agoniadas, algumas mães e esposas cobravam a lista dos presos que fugiram e a todo o momento elas entravam em pânico quando ouviam barulhos vindos do interior da prisão. Pensavam que os presos estavam sendo castigados por causa da rebelião e da fuga.

E também a todo o momento, agentes prisionais acalmavam os familiares afirmando que ninguém seria punido. Este anúncio não é porque eles são bonzinhos, é pelo fato de que em uma recente fuga, eles recapturaram os fujões e bateram tanto neles que foram parar no hospital e o caso no Ministério Público. A direção da Regional da Agência Prisional foi obrigada a exonerar e a abrir procedimentos punitivos contra alguns agentes envolvidos no caso. Serviu de lição.

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POR: Blog Iporá